Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Pulando os dias.

No dia seguinte, quando acordei me deparei com quatro mensagens da Maxxie.

“Sumiu”

“Xi, me esqueceu”

“Sai do trampo já, vou curtir uma baladinha com uns amigos.”

“Sua sem ciúmes.”

Me senti mal, mal por não ter mandado mensagem, mal por ter falado com Paula, mal por ter chorado como uma criança.

Fiz minha higiene matinal, tomei um café da manhã rápido e fui para aula. Como sempre encontrei com Leka no portão de casa. Abracei-a fortemente e fomos para aula. No caminho contei tudo o que rolou, tanto com Paula quanto com Maxxie. Leka estampava um enorme sorriso no rosto e sussurrava:

- Paulinha, Paulinha, Paulinha.

- Cala a boca, é sério. – Ri, dando um tapa na testa de Leka.

- Sério agora... acho que tu deve falar essas coisas que ta sentindo pra essa Maxxie ai. Porque é sujeira iludir né?

- Mas eu não estou iludindo. – Parei um pouco para pensar. – Estou? – Mordi meu lábio. – Não, não estou. Eu estou curtindo a Maxxie. E outra, ela sabe da Paula... e, sei lá... não tem mais eu e Paula.

- Se você diz. – Leka riu, balançando negativamente a cabeça. – Mas mesmo assim, você deveria falar que conversou com a Paulinha.

- Ah, sei lá. Não namoro a Maxxie.

- Tudo bem, mas sei lá, se fosse o contrario você gostaria que ela te falasse.

Fiquei pensando no que Leka me disse no caminho para a escola. Por mais que Maxxie e eu não tivéssemos nada, foram apenas alguns beijos, eu deveria contar mesmo. Estavamos nos falando por mensagem. Era o certo a ser feito, então eu iria fazer.

Assim que cheguei na escola mandei uma mensagem para Maxxie.

“Bom dia mocinha, deve estar na água já!!! Rsrs. Desculpa ontem, capotei. Preciso falar sério contigo. Coisa da Paula. Beijão”

Não demorou muito para Maxxie responder.

“Já entrei e já sai da água. Ta muito frio aqui, frio de quebrar os queixos. Hehe. Está desculpada. Me ligue quando acabar sua aula... estou curiosa para saber o que “essazinha” ai aprontoi. Se cuida. Sinto uma enorme falta de ti. Beijão.”

Li sua resposta com o coração apertado. Maxxie era tão boazinha, tão certa para mim, para o meu coração. Ela tinha o band aind certo para suas feridas.

A aula passou voando, quando dermos em si já era hora de ir almoçar.

Peguei meu material rápido, puxei Leka e fomos para casa. Antes de chegar, paramos na pracinha para que eu ligasse para Maxxie. O telefono tocou algumas vezes e a voz suave de Maxxie atendeu. Claro que estava no viva voz, Leka queria ouvir o que a minha surfista tanto falava.

- Hey surfista. – Falei brincando.

- Sumida. – Maxxie falou seca.

- Não briga comigo.

- Só de brincadeira. Como você esta minha linda?

- Estou bem, com saudades! E você?

- Com o coração na boca no momento. O que a Paula te fez? – Perguntou séria.

Leka me olhou assim que Maxxie falou. Ergui minhas sobrancelhas, apreensiva.

- Ontem li o caderno dela, tinha inúmeras declarações para mim.

- hum. – respondeu seca.

- E depois acabei conversando com ela no MSN, na webcam.

- Humm, sobre o caderno?

- Não. – ri. – Sobre a vida mesmo, a viagem. Essas coisas.

- Ah tá, mas edai linda?

- Daí nada, só decidi te contar.

- Você sentiu algo?

- Maxxie...- hesitei por um momento. – Acho que sempre sentirei algo né? Mas eu to tranqüila, eu sei que ela não me quer.

Maxxie soltou uma gargalhada.

- Ah meu anjo, eu acho que ela te quer. Mas se não quiser tem quem queira. E falando em querer,na outra sexta estou ai.

- QUE? – Falei junto com Leka.

- Opa, tem duas ai? – Maxxie riu.

- Ah, minha melhor amiga ta aqui de pescoço. Mas como assim?

- Vou te ver ué... – respondeu, me contando que conseguiu folga e que logo estaria aqui.

Os dias passaram voando, já era quarta feira da outra semana.

Não falei mais com Paula, ela sumiu, não mandou mais mensagens, acredito que seus créditos acabaram. Ela também não entrou no msg, me deixando um pouco triste.

Em compensação Maxxie e eu estávamos cada dia mais grudadas, eram mais de 50 mensagens por dia, para se ter uma noção, até o que comíamos virava assunto de mensagem.

Essa manha acordei com uma preguiça danada.

Me olhei no espelho, mas uma vez Deus foi generoso comigo, me fazendo acordar com uma cara boa. Tomei banho, coloquei o uniforme do colégio, peguei uma maça e fui para aula.

Um dia normal, a professora falando, o povo conversando.

O horário do intervalo chegou logo. Hoje eu estava sem fome, então comprei apenas algumas freegells e fui me sentar junto de Leka, em uma mesa no meio do refeitório.

- Opa, ninguém me ama mais? – A voz de Paula gritou ecoante ao meu ouvido. Me virei para trás rapidamente e por impulso me joguei em seus braços, abraçando-a fortemente.

- Caralho que saudades porra. – Gritei, sendo esmagada pelo seu abraço gostoso e por Leka que nos cobria com seus enormes braços.

- Ahhhh, que delicia ter vocês comigo. – Falou Paulinha, não deixando a gente se soltar. – Vamos comigo pra minha casa, vim busca-las.

Não pensamos duas vezes, pegamos nossas mochilas e corremos para a famosa e saudosa caminhonete preta.