Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

É sábado.

A noite de sexta demorou para passar. Eleonora queria saber tudo o que havia ocorrido no Leonardo’s.

Tive que contar a ela, que a menina se chamava Rebeca, tinha 16 anos, que verdade não morava aqui, estava passando um tempo com o pai, Jorge, o prefeito da cidade. Que era lésbica desdos 13 anos e se encantou comigo logo que cheguei na lanchonete.

Esse tanto de informações fez Leka surtar, ficou dizendo que a menina era feia, que aparentava ser metida, que Michaella era muito mais linda e engraçada.

Tudo bem, concordo, em partes. Rebeca era muito bonita, não como Micka, mas tinha uma sensualidade natural.E o melhor de tudo, estava solteira e não era minha amiga.

Deixamos de lado as garotas da minha vida e conversamos um pouco sobre Leka.

- Gosto de homens, ainda bem. – Disse Elenora, erguendo as mãos para o céu.

- Que preconceito heim Eleonora.

- Não é preconceito, é não sofrer. Pois caracule, depois que Micka virou gay, só a vejo chorando.

Meu estômago doeu. Nunca quis fazer mal para Micka, muito pelo ao contrário, sempre a quis bem.

- Nossa, obrigada pela parte que me toca.

- De nada, pois você é a responsável mesmo. – Eleonora sabia mesmo como esfregar os erros na cara dos outros.

- Poxa. – Ri, mas sem alegria. – Eu nunca quis fazer a Micka chorar. Pô, você sabe que amo aquela loira azeda.

- Ama pra caramba né? Ama tanto que ta ai, pensando em ficar com uma magrela metida enquanto sua menina esta lá, surfando em outra onda.

- Não posso fazer nada. Cada um tem sua opção.

- Alow!!! Paula... que opção caramba... que opção? Você não deu nenhuma opção para Micka, o que você deu foi um chute. Chute de Roberto Carlos, a menina foi parar lá ó... lá longe de você. – Leka estava irritada, acho que foi a primeira vez que a vi assim.

- Não seja dramática. Ela tá logo aqui, e tá feliz com a surfistinha dela.

- Você é muito burra Paula. Você não entende nada da vida.

Franzi minhas sobrancelhas. Tudo bem que Leka era minha melhor amiga, mas me tratar assim ela não iria.

- Sou burra porque? – Falei em um tom mais alto. – Porque eu não quero magoar mais ainda a Michaella? Por saber que ela se envolveu completamente comigo e se entregou muito mais do que posso receber? Eu não sou anjo Eleonora. Eu machuco, eu erro, eu sou nova. Eu já me quebrei brincando de amar e não quero de novo. Micka não esperou nem uma semana por mim, ela simplismente seguiu a vida dela. Se eu a quiser ela volta? Ótimo. Mas o que eu queria era que ela nunca tivesse ido. – Ergui meus braços, como se tivesse dando ponto final a conversa.

Eleonora ficou em silêncio, pensativa. Me olhava as vezes, depois olhava para o teto. Ficamos uns 15 minutos quietas, uma ouvindo a respiração da outra, até Leka se levantar e sentar ao meu lado na cama.

- Você queria que ela se guardasse para você né? Queria que ela não tivesse encontrado alguém. – Falou.

- Sim, eu queria me sentir segura. Queria chegar de viagem e a minha menina estar aqui.

- Sei lá. Por um lado parece que você está certa, mas pelo outro você não pode querer isso. Você a magoou, a chutou.

- É eu sei. Talvez eu tenha errado. Mas já é tarde demais. A segurança que eu queria ela não deu. Então cada uma na sua.

Conversamos quase até as 5:00 da manhã. Eu não agüentava mais escutar o nome de Michaella, não agüentava mais pensar no que ela poderia estar fazendo a essas horas. Sozinha com Maxxie no quarto. Maxxie que é mais velha, muito mais experiente do que todas nós. O ciúmes veio me remoendo por dentro. Finalmente, após estar exausta de nervosismo, ansiedade e agonia dormi.

Acordamos com Ralph invadindo o quarto com um pão na boca, atrás dele Maria, gritando.

Pulei da cama, olhando no relógio.

Dez para uma da tarde, hora de almoçar. Fui ao banheiro, lavar o rosto. Não passou nem 10 minutos e estávamos nós duas, sentadas na mesa do almoço.

Comemos, Leka pediu para ir se arrumar em casa. Eu aceitei, claro, também iria para cidade.

Tomei um banho rápido, colocando qualquer calça de agasalho preta e um moleton amarelo. Deixei Leka em casa e fui para o shopping. Hoje era o dia, melhor, a noite. E eu teria de estar perfeita.

Vasculhei o shopping de cabo a rabo até encontrar a roupa perfeita, com sapatos perfeitos.

Um pouco antes das 19:00 fui para o salão, fazer as unhas, o cabelo e a maquiagem.

Sentada no salão me veio uma saudades de Micka, então lhe mandei uma msg:

“Preparada para se acabar comigo dançando?”

Não demorou muito para ela me responder:

“Ai, tenho até medo de imaginar você dançando. Rsrs. Estou ansiosa.”

Ri, o jeitinho dela era encantador. Até a mim, uma pessoa mais amarga ela conseguia deixar doce.