Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Vendaval de dias.

As folhas do calendário estavam passando de uma em uma com extrema rapidez.

Cada dia que passava Paulinha se mostrava mais querida, mais doce, mais especial.

Era uma quarta feira chuvosa quando acordei com minha mãe batendo na porta, ainda não eram 6:00 horas da manhã, quando ela apareceu segurando uma enorme cesta de café da manhã.

- Nossa, é meu aniversário? – Perguntei, sem entender o motivo do presente.

- Não... seu aniversário não é. – Mamãe riu. – Mas para alguém hoje é um dia especial.

Arregalei meus olhos, me sentando na cama. Estiquei o braço, acendendo a luz.

- Nossa mãe... – Ri, ainda sem entender, mas com um arrepio que começava no calcanhar e ficava mais violento próximo a minha nuca.

- De quem é? – Sorriu mamãe, colocando a cesta na minha frente, em cima da cama.

- Não sei ainda. – Respondi, nervosa para saber se era de Paulinha.

Procurei pela cesta um cartão, mas não achei, apenas havia um papel com meu nome, escrito por alguém que eu não conhecia pois nunca vi aquela letra na minha vida.

- Xi mãe, quem quer que seja não quis dizer seu nome. – Ri.

- Deve ser aquele mocinho bonitinho que sempre aparece por aqui.

Vasculhei minha mente em busca do tal mocinho.

- Ahhhh, o Lucas... Sim, deve ser ele... – Ri forçada. – Ele sempre cheio de surpresas. – Pisquei pra mamãe que me beijou a testa, pegou um pacote de torradas da cesta e saiu do quarto.

Eu estava perdida, será que era da Paula essa cesta? Bom, só havia ela na minha vida, mas será? Paulinha nunca se mostrou romântica a esse ponto. Comecei a comer as coisas da cesta, peguei os pãezinhos com manteiga, tomei o suco de laranja.

Após tirar os kinder ovos da cesta encontrei uma folha de caderno dobrada. Peguei com cuidado, abrindo-a.

As bordas estavam todas desenhadas com corações em tribais, em seu meio estava escrito.

“Estamos no começo, apenas no começo e eu já não consigo deixar meus all stars no chão.

Fecho meus olhos e sinto seus lábios nos meus.

Como foi que conseguiu despertar em mim uma paixão assim?

É Michaella... estou ficando cada vez mais apaixonada por você.

É como aquela música de Sandy e Junior (PS: Eu não gosto deles, mas você escuta tanto que me faz ouvi-los, rsrs.):

- Qualquer coisa entre nós vem crescendo poupo a pouco e já não nos deixa sós isso vai nos deixar loucos. Se é amor, sei lá, só sei que sem você parei de respirar. E é você chegar, e esse turu turu turu vir me atormentar. Já desisto de entender é um sinal que estamos vivos, pra esse amor que vai crescer não há lógicas nos livros. E quem poderá prever um romance imprevisível com um turu turu turu.”

Irreal eu citando essa dupla patética que você tanto ama, mas infelizmente essa música fixou em mim. É escutá-la e viajar até você.

Vem pra aula logo. Preciso te ver.

Aquele beijo que é seu;

P.”

Meu estomago saiu pela minha orelha esquerda, meu coração explodiu no peito, minhas pernas andaram sozinha.

Pulei da cama sem terminar de comer. Me joguei embaixo da ducha. Eu precisava ficar linda para ver Paula.

Me arrumei, nada muito forte, pois não queria aparecer uma macaca maquiada. Sequei meu cabelo, passei prancha, contornei suavemente os olhos com lápis preto, exagerei na máscara para cílios, deixando-os volumosos, longos e bem negros. Não pude me livrar do uniforme do colégio, mas caprichei no perfume para compensar.

Eram quase sete horas quando terminei minhas transformação. Antes de sair do quarto peguei meu celular na escrivaninha e mandei uma mensagem para Paula.

“Você me faz perder o ar.”

Assim que terminei corri para fora de casa, encontrando Eleonora no caminho.

- Vem comigo até o posto. – Puxei-a pela mão, andando pela calçada, em busca do Posto de gasolina mais próximo.

- Oi, eu to bem também. – Riu, me seguindo. – Vai me contar o que esta rolando?

- Paulinha é perfeita. – abri um lindo sorriso.

- Ow, que linda. – Leka me zoou.

- Acordei com uma cesta de café da manhã.

Leka arregalou os olhos.

- Sério? Quem mandou?

- Oooo... idiota... quem seria? – Balancei a cabeça negativamente e dei um tapa na testa de Leka.

- Ah, não sei, mas da Paula é que não é. – Riu.

- Besta... – Ri.- Olha isso então. – Entreguei a carta de Paulinha para a minha melhor amiga. Que leu e ficou muda por um tempo.

- Cacete... Paula ta doente. – Falou e saiu correndo, sabendo que ia apanhar novamente.

- Volta aqui! – Gritei.

- To aqui, mas o que faremos no posto? – Disse voltando até mim e me entregando a carta.

- Vou comprar alguma lembrancinha pra ela... um cartão, um chaveiro. – Falei entrando no posto.

Andei pelo posto em busca da lembrancinha. Parei na frente dos cartões, procurando algum bonitinho.

Havia um, na frente tinha um cachorrinho segurando um coração com um cadeado. Quando abria, tinha a seguinte frase: “Só você tem a chave do meu coração.”.

Comprei junto com um chaveirinho de ovelhinha, sua cabecinha e corpo eram pretos e sua lã branquinha.

Antes de sair do posto me apoiei em uma mesa, peguei uma caneta e escrevi na parte em branco do cartão:

“A ciência confirma os fatos que o coração descobriu, em seus braços sempre me esqueço de tempo espaço e no fim tudo é relativo quando te fazer feliz me faz feliz. Se a história for sempre assim melhor pra mim. – Leoni; Música que você gosta e que me faz pensar em você. Te quero pra mim Paula. Só um beijo, M.”

Fechei o cartão no envelope, peguei a ovelhinha, mostrando para Leka que caiu na risada.

- Tudo bem que a Paulinha é revoltada, mas não chama a tadinha de ovelha negra né!? – Leka.

- Ah, ela é uma ovelhinha negra. – Pisquei, indo em direção ao colégio.