Fanfic: ♠ Talvez. (terminada)

Cacete mesmo.

Cacete, não acredito que Michaella decidiu que nossa primeira briga seja bem hoje, na grande festa da Eleonora.

Está certo, eu vacilei, esqueci de contar para Micka que convidei as meninas. Mas sei lá, pareceu tão simples, ligar, chamar... hum, sem desculpas. Eu errei.

Mas também não era motivo para virar as costar para mim e me deixar igual uma idiota, catando vento no meio do salão.

Meu sangue é muito quente e logo me subiu raiva. Raiva por estar sozinha, raiva por ela ter falado da minha roupa, raiva por ela ser tão linda que me faz ficar com mais raiva ainda por querer sempre passar por cima do meu orgulho. Me segurei, fiquei olhando-a de longe, pedir caipirinha, depois ficar de conversinha com Leka e mais umas meninas da sala. Balancei a cabeça, não ia falar com ela, não hoje.

- Paulinha? – Uma voz conhecida me surpreendeu.

- Renatinha. – Sorri, virando para uma antiga amiga. – Que bom que você veio mulher. – Abracei-a bem apertado, matando a saudades.

- Pô, muito maneira essa festa. E a menina, dona da festa, muito linda. Acho que da boa até comigo. – Riu. Renatinha era uma graça, cabelos e olhos castanhos, um rosto angélicamente desenhado, cabelos um pouco abaixo dos ombros.

- Se você conseguir ganha um prêmio. – Ri. – Ela é hetero, mas nunca vejo com caras. Pra mim ela ainda não se conhece. Então que tive a idéia de apresentar umas amigas. – Ri novamente. – Quem veio contigo? Conheço?

- Bom amiga... – Pausou um pouco, como se tivesse com receio. – Trouxe a Bianca, a Valéria e a Débora. – Terminou fechando os olhos.

- Que? – Perguntei “P” da vida. – Como assim você trouxe a Débora? Tá louca?

- Cara, ela insistiu. Disse que viria de qualquer jeito, que invadiria a festa... essas coisas de louco que ela faz.

- Que merda meu. – Falei preocupada. Débora era uma ex minha, que me fud** legal. Não foi a minha primeira mulher, mas foi com quem tive mais experiências. Me ensinou muito do que eu sei, mas era porca, me traia, me magoava e depois vinha chorando, se desculpando. Eu, criança burra, perdoei por duas, três vezes. Depois dei o pé e me mudei para cá. Hoje, pela primeira vez, a veria.

- Cade sua namorada? Tá todo mundo curioso para saber quem é. – Disse Renatinha, querendo amenizar seu lado.

- Tá por ai com a Leka, são melhores amigas. A Débora sabe que namoro? – Perguntei.

- Hum, sabe. Está louca de raiva. – Riu. – Você ainda sente algo por ela? – Me perguntou.

- Não... – Balancei a cabeça. – Amo a minha loira. – Sorri. – Já vou lá dar oi para todo mundo, só deixa eu falar com a Micka antes ok?

- Ok. – Sorriu. – E não esquece de apresentar a “Micka” heim.

Meu semblante mudou completamente. Eu, que pensava em me diverti, comecei a suar frio. Não que eu goste da Débora, mas sua presença me assusta. Não sei como será quando ficarmos frente a frente. Ela me fez tanto mal, sinto medo de que meu sangue esquente e eu enxa a cara dela de porrada na frente de todos. Ou então que ela cause algum escândalo, já que está mordida por eu ter alguém. Bom, a noite já está fudida mesmo.

Busquei Micka com os olhos por todo o salão, passei rapidamente o olhos pela mesa de Renata, olhando Débora de costas. Me subiu um ruim, um arrepio na espinha com uma vontade louca de quebrar tudo. Fui me acalmar quando olhei minha menina, vindo até mim.

- Ó, você errou muito. – Disse me abraçando. – Mas quero ficar grudada. – Sorriu, me dando um beijo no rosto.

- Errei, desculpa amor. – Sorri sem jeito. – Na verdade eu nem deveria ter ligado para a Renatinha.

- Não bebe. A Leka gostou, disse até que se tiver bebada beija uma das suas amigas. – Riu, me fazendo esquecer dos problemas por um segundo. Apenas por um segundo.

- Temos um problema. – Falei séria. – Lembra uma vez que te contei que vim pra cá pq me magoei com uma ex e tal?

- Débora, não?

- Sim... Ela está aqui.

- Ham? – Fransiu as sobrancelhas.

- É amor, sei lá. Renatinha trouxe o encosto junto.

- Nossa que ótimo. Maneira a sua amiga heim. – Me sorriu completamente cínica.

- Amor, para, não é culpa minha. – Falei, puxando-a para o canto.

- Claro que não é. Nunca é. – Estava tão ironica que chegava a darr nojo.

- Bom, já falei. Quer ficar de orgulhosinho? Beleza. Só que não vou ficar choramiingando pelos cantos da festa. Vou me divertir. – Falei já me virando. Estava indo para o meio do salão quando Micka me segurou.

- Tá ótimo então. Vou me divertir também. – Piscou, me deixando completamente com medo do seu olhar e intenções.