Fanfic: My Girl Mini Web {terminada}

Eu sempre fui uma menina diferente. Nunca acreditei em contos de fada e em príncipes encantados. Amor? Menos ainda. Pra mim era uma ilusão. Uma brincadeira, em que alguém saia ferido.

Nunca me preocupei em arranjar um namorado para futuramente me casar. Não sei dizer se porque eu sempre me decepcionava com os homens, ou porque eu vi minha mãe sofrer muito nas mãos do meu pai.

Mas mudei meus pensamentos quando conheci um menino, que fez com que eu mudasse minha forma de pensar.

O conheci com apenas 17 anos. Não nos demos bem no início. Ele era alguns anos mais novo que eu. Seu nome: Christopher. Conhecemos-nos em uma reunião de família. Éramos primos de segundo grau. Não fui com a cara dele, assim como ele não foi com a minha.

Naquele dia não conversamos muito. Ele havia se dado muito bem com meu irmão mais novo, o Paco. E aí o pesadelo começou. Christopher aparecia na minha casa quase todos os dias para jogar videogame com Paco.

Discutíamos quase todos os dias. Ninguém entendia o porquê daquelas discussões, e pra falar bem a verdade, nem eu.

O tempo foi passando e vivíamos em pé de guerra. Não levantávamos a bandeira branca. Mas um dia aquilo mudou.

Christopher apareceu em minha casa. Paco não estava e resolvi convidá-lo para entrar. Disse para esperar um pouco que logo ele chegaria. Ele sentou no sofá e me encarou. Também o encarei e sentei na frente dele.

Baixei minha mirada e olhei para o chão. Notei que ele continuou me encarando. Não dei muita bola, pois achei que era provocação. Do nada ele começou a conversar comigo. Acho que pelo tédio mesmo. Entrei no jogo dele. Até que ele tocou no assunto “namoro”. Disse que não estava namorando, pois não acreditava no amor e que sempre havia me decepcionado com todos os namorados que tive até então.

Ele me disse que não entendia aquilo e que estava enganado ao meu respeito. Disse que eu era uma garota legal e que merecia um cara como eu. Fiquei vermelha, mas não demonstrei meu constrangimento.

A partir daquele dia tudo começou a mudar. Tratávamos-nos bem. Nossas famílias estranharam a nossa mudança de comportamento repentino.

Até que chegou o dia em que ele resolveu se declarar para mim. Fiquei confusa e sem saber o que dizer. Afinal foi tudo muito rápido. Eu não sabia se devia arriscar. Eu havia me magoado muito em relacionamentos anteriores e também achei meio estranho por ele ser mais novo que eu.

No fundo eu queria mais do que tudo. Resolvi aceitar. Foi o dia mais feliz da minha vida até então. Nossos familiares aprovaram nosso namoro. Estávamos felizes, e era isso que importava.

Com apenas dois anos de namoro subimos ao altar. Um dos dias mais especiais pra mim e acredito que pra ele. Logo dei a luz ao nosso primeiro filho, Alexandre. Estávamos muito felizes juntos. Brigávamos o tempo todo, mas o amor que sentíamos um pelo outro era muito maior e aquilo superava tudo.

Para completar nossa felicidade fiquei grávida novamente. Queríamos uma menininha daquela vez, e para nossa surpresa vieram duas de uma só vez. Luiza e Ana.

O tempo foi passando, eu e Christopher fomos envelhecendo. Nossos filhos cresceram e quando vimos Alexandre estava casando e indo morar com a esposa em um apartamento em que ele mesmo havia comprado. Christopher estava orgulhoso. Eu também estava, mas ao mesmo tempo desolada. Meu bebezinho, que agora havia crescido, estava indo embora.

Alguns anos depois me tornei avó. Alexandre e Cláudia, sua esposa, tiveram uma linda garotinha. Deram a ela o nome de Maite. Aquilo me deixou feliz. Era a avó mais coruja que alguém poderia ter. Christopher também era muito babão.

No mesmo ano, Luiza foi estudar nos Estados Unidos e por lá conheceu Nick, com quem se casou. Depois foi a vez de Ana. Tive mais netos.

Christopher e eu seguíamos mais felizes do que nunca. Alguns anos depois Christopher ficou doente. Estava com um tumor maligno no cérebro. Senti-me se chão. Foi um baque para mim e para minha família. Meu marido, o homem que amei por toda a minha vida estava doente.

A cirurgia que ele teria que fazer era muito arriscada. Fiquei horas na sala de espera rezando o tempo todo para que ele se curasse. Vi meu filho se aproximando de mim. Abraçou-me forte e chorou no meu ombro. Chorei também. Sim. Deus levou Christopher para perto dele.

Agora estou ao lado do túmulo do homem que amei por toda a vida, desde o primeiro momento que vi. Do homem que tornou meus dias mais felizes e que me mostrou o que é o amor.

Sei que ele está num lugar muito melhor agora, mas a dor é grande... Insuportável. Sei que não estou sozinha. Tenho meus filhos, mas sei que vou sentir falta dele. De todos os dias acordar ao lado dele e receber um beijo como ele sempre, e de ouvir “Eu te amo” antes de dormir.

Posso dizer que fui feliz ao lado do Christopher e agora estou esperando o momento que em que Ele virá me buscar também para ficar ao lado dele.

FIM