Fanfic: Web-Herança do Amor

—Todas as fotografias contavam a mesma história, a de uma criança crescendo rapidamente, ficando cada vez mais forte e inteligente, e em todas elas havia uma foto de Alfonso, perto de seu filho, como que olhando por ele.
— Você me manteve presente na vida dele — sussurrou Alfonso.
— Eu tentei. Isso me ajudou muito também. Assim eu tinha alguém com quem conversar.
Alfonso se perguntou se ela havia se dado conta de que a inflexão inconsciente em sua voz tinha revelado o tamanho de sua solidão. Ele duvidava. Não conhecia ninguém com menos propensão a sentir pena de si mesmo que ela.
— Por que não me mostrou antes?
— Sempre quis fazê-lo, mas achei que ainda não havia chegado o momento certo. Mas essa noite não tive mais dúvidas.
Naquela noite ele tinha começado a abrir o seu coração para abrigar o filho e Anahi havia renovado as suas esperanças.
Ele continuava virando as páginas, detendo-se diante de uma foto em que Miguel sorria calorosamente no colo de uma amiga de any.

— Dizem que os bebês são um pouco tímidos com estranhos nos primeiros meses — disse Anahi —, mas ele nunca foi. — Quanta coisa eu perdi — ponderou ele. — E para sempre.
— Pense que ainda há muito mais por vir — lembrou-lhe Anahi. — Uma vida inteira. Você não tem que perder isso também.
— Uma vida inteira — repetiu ele, olhando para Anahi por sobre o berço. — Acha mesmo que conseguiria me agüentar por toda a vida?
— Por que não paga para ver?
— Você sempre foi muito corajosa, mas precisaria de toda a coragem do mundo para isso.
— Precisaria de muito mais coragem para viver sem você. É isso o que não sou capaz de agüentar.
Ele se sentou ao lado dela, na cama e disse, fervorosamente:
— Lembra-se de quando falei que a amava, lá na cabana?
— De cada palavra.
— Nunca pensei que pudesse dizê-lo outra vez. Estava louco de esperança e de desespero. Você era a única mulher que eu quis na vida, a única com quem desejei passar o restante da minha vida, e havia tão pouca vida mais por viver... Tanta coisa para dizer e fazer, mas era tarde demais. Eu quis ficar com você para sempre, então, e quero ainda agora. Case-se comigo. Fique comigo para sempre. — Ele a tomou nos braços. — Diga logo que sim.
— Sim — disse ela alegremente. — Sim, sim!
Trocaram um beijo longo e profundo, pleno de promessas tão intensas que dispensavam o uso de palavras. Alfonso pressionou-a suavemente contra a cama, beijando o seu rosto, seu pescoço, descendo até alcançar a camisola minúscula que ela estava usando.
— Por que está com tanta roupa? — murmurou Alfonso. Ele a ajudou a passar a camisola pela cabeça, tirou o seu short, que era a única peça de roupa que estava usando, e a puxou novamente para junto de si como se a urgência que havia se apoderado dele fosse feroz a ponto de ele não poder mais esperar um minuto sequer.
Aquela não era a primeira vez que faziam amor desde que tinham se reencontrado, mas havia algo muito diferente em sua união, dessa vez. Haviam descoberto um ao outro de uma maneira que não havia acontecido antes, e cada beijo, cada carícia, cada estímulo veio imbuído de um significado completamente novo.