Sinopse: Linzsister
Em uma realidade conglomerada, afirmar a existência de criações tão distintas é tolice, apenas tolos acreditariam e eu como boa tola me vejo agora presa a tal criação. Se não visse com meus próprios olhos jamais acreditaria e, aposto que você também não.
Até onde a ciência é capaz de ir no seu ponto de vista? Talvez não muito longe para alguns e talvez não haja um limite para outros, mas eu posso lhe dizer que se havia algum limite, ele foi quebrado, estilhaçado e pisoteado.
As mutações genéticas surgiram a muitos anos na perspectiva de melhoria de espécies, uma revolução no mundo genético e uma seleção minuciosa dos melhores genes para o enriquecimento dos mais fortes.
Mas e se essa mutação fosse usada de maneira displicente? E se ela fosse a causadora de atrocidades? E se ela criasse algo irreparável?
Pois foi exatamente isso que a empresa Kim fez, eles destruíram tudo aquilo que um dia intitulei como ciência e fizeram dela seu brinquedo apenas por ganância.
Eu nunca me imaginei aceitar ou ser tolerante com essas coisas, mas como uma acuada presa, fui fisgada pelo ínfimo olhar da fera enjaulada, suas garras demarcam o chão de concreto, sua respiração se prospecta no ar gélido e seu urrar estremece as grades que o cercam.
O monstro resguardado entre quatro paredes, longe de tudo e todos, longe do mundo, o que se esperar de uma criatura que jamais chegou a ver a face de seus criadores? Na escuridão de sua jaula apenas vislumbro sua sombra vagueando pelo vazio e me arrancando até meus últimos suspiros, estou louca, só posso estar ficando louca.
É a única explicação para meu torpor. Minha lascívia transborda ao mirá-lo, quero lhe tocar, quero lhe ver… Desejo conhecer o monstro que se esconde a penumbra e reconheço que estou a tilintar com o perigo.
Mas é como nos contos de fada, ainda que seja perigoso, ainda que seja ridículo, ainda que haja diferenças absurdas, ainda que seja impossível, ainda que tudo se torne minha ruína...
A rosa vívida goteja esplendor e formosura em sua forma mais pura, é o ímpeto da pureza e o pecado que se abraçam, se misturam, tingem a delicadeza do escarlate e a mergulham no pecado.
Com felizes para sempre ou não, a frase nos cai bem, era uma vez...
A Fera vislumbrou Bela com um olhar apavorado para consigo e se perguntou se poderia existir criatura tão linda sobre a face da terra… Tão delicada, tão frágil, tão vulnerável… Jamais havia visto tal criatura, para si não existia nada além de si mesmo na imensidão vazia que o mantia em rédeas, mas foi a astúcia da pequena criatura e esmeraldas esverdeadas que permitiu um bombear no interior da fera, um bombear desconhecido de algo adormecido em seu interior, um sentimento distante...
A Bela petrificou-se sob o olhar predador da criatura, se absteve de respirar e sentiu o medo lhe afrontar, mas ainda que rude e devasso, o olhar selvagem escondia curiosidade, a pequena forçou seu olhar a para os âmbares encarcerados na escuridão e foi a partir desse momento que a Bela teve certeza do prescrever…
A Bela se apaixonou pela Fera…
Autor(a): manwol