Sinopse: TRANCOSO ENTRELINHAS
"Uma igrejinha jesuítica da época da colonização ao lado de uma gameleira, árvore sagrada das Ajés, as Senhoras dos pássaros; um andante caraíva de tempos imemoriais e a alma de uma cigana que ronda incansavelmente o cemitério como um farol sem luz. Perto do cemitério alguns hippies sempre cantam e fumam e se aquecem e esquecem de si em modestas fogueiras de seixos aromáticos. Um festa de odores e sabores aguarda a Jurema, que tarde virá, mas virá. Aquela foi uma noite estranha, de lua e maré cheia, e no domingo, excepcionalmente, ocorreu o casamento de um homem famoso. A vila estava cheia de pessoas bem diferentes entre si e todas queriam alguma coisa inconfessável. Esse é o cenário e alguns dos personagens de uma ficção distópica, mas com final utópico, embasada na crença ancestral de uma terra por vir, sem males, a qual Clastres salvou em seus registros, e cuja memória aparece em algumas passagens. Ocorrerá também, e principalmente, um tsunami de eras, como a voz em correnteza do beato que dizia que o sertão do ego ia virar mar de histórias. Estava no coração de muita gente a profecia, mas só alguns leram os sinais, nas entrelinhas da alma."
Autor(a): trancoso_