Sinopse: A BUSCA DA FELICIDADE!
Ela era magra,de estatura mediana,tinha algumas espinhas e de cabelos lisos lindamente brilhantes,bem pretos como o céu da noite sem luar.Tinha pouco seio mais ainda assim tinha um volume de causar inveja em todas nós suas amigas.Como se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa com bombons por cima do busto o que fazia chamar mais atenção.Mais possuía o que qualquer criança sonhava em ter:uma mãe dona de doceria.E mesmo tão invejada pouco aproveitava das guloseimas.Já nós amávamos passar a tarde em sua casa,pois sabíamos que sempre ganharíamos algo,ou teríamos os melhores lanches da tarde : contávamos os dias pois sabíamos que em nossos aniversários,nós sempre eramos presenteadas com os melhores doces e bolos e o melhor que nunca eram cobrados.Aquela linda doceria encantava e fazia parte da paisagem de uma das mais aconchegantes cidades do Pará.
Ela tinha um grande talento para o bordado,era doce como os doces de sua mãe e ainda tinha um lindo dom,fazia pontos como ninguém.Amava nossa companhia,tentava nos ensinar com gosto tudo o que sua mãe lhe ensinava,passávamos as tardes sempre juntas e nem parecia que tínhamos a mesma idade tamanha quantidade de coisas que me ensinava.
Nossas outras amigas diziam-se entediadas com tudo o que ela fazia e uma a uma foram se afastando,muitas diziam que eu só continuava por que tinha interesse nas delicias de obras de arte que a mãe dela fazia.
Mais não era só isso,claro que como toda criança eu amava cada doce,mais cada historia que ela me contava,cada ponto novo que me ensinava,cada musica que me mostrava,abria em mim portas do conhecimento.
Minha mãe percebia o quão eu ficava ansiosa pela chegada da tarde de cada dia,pra poder correr para aquela casa branca de portões azuis,que eu admirava cada detalhe,assim como a seus donos.
Aprendi tocar violão,bordar e até os pequenos doces que ela havia aprendido com sua mãe,até que um dia corri para aquele lindo portão como fazia toda tarde e ele não se abriu,fui atendida apenas por uma voz no interfone que dizia que ela não poderia me atender,assim aconteceu por repetidas tardes,nem mesmo a doceria abria suas portas.
Diariamente e incansavelmente eu tentava sem sucesso te ver,pois o prazer de aprender já havia dado espaço a preocupação.Via pessoas estranhas entrando e não entendia porque eu não podia.
Até que no dia do aniversário dela lá eu estava,com uma linda boina rosa bordada com o nome dela feita por mim.,claro que sem sua perfeição e delicadeza,mais havia sido o melhor de mim.Toquei o interfone e uma voz rouca e baixa me atendeu,perguntando porque eu não desistia.Respondi que sentia falta dela,não só do que ela me ensinava,mais sim da sua companhia e amizade.Comecei a chorar copiosamente quando percebi que ao mesmo tempo que a chuva começou a cair,aquele portão se abriu.
Corri como nunca até a varanda que passávamos nossas tardes,lá não estava,quando me virei vi sua mãe com um pequeno brigadeiro em mãos me chamando para ir até seu quarto.
Aquele quarto rosa como algodão doce,digno de uma princesa,vocês estava lá em sua cama,sendo medicada,percebi então que os estranhos eram enfermeiros e que seus pais não queriam que eu presenciasse sua fase triste.
Chorei novamente ao lhe entregar o presente e perceber que seus lindos cabelos não mais existiam.
Sua mãe tentando te alegrar cantou parabéns com uma vela naquele pequeno doce.Depois daquele dia voltei a frequentar sua casa durante seus últimos meses.
Nos perdemos,cresci e coloquei em prática,tudo o que você se esforçava em me ensinar,tenho orgulho em ter estado com você durante seu tempo por aqui,sou feliz em perceber que mesmo com o pouso que eu tinha a oferecer minha amizade foi essencial.
Hoje a casa branca e os portões azuis não mais existem,onde era a doceria montei a escola de bordado "Boina Rosa",pois tudo o que você me ensinou não podia se perder com o tempo.
Autor(a): Usuario_Removido