Sinopse: Felicidade Clandestina
Erámos adolescentes, em um grupo de amigas onde cada uma tinha suas diferenças. Gostávamos de brincar, estudar e lermos juntas, ah! Ler sempre foi minha paixão, e, por acaso uma de minhas amigas era filha de um dono de livraria, seu nome era Aurora, era uma menina gorda, ruiva de cabelos crespos, com sardas, tinha o busto bem avantajado, ela não gostava muito da gente pois, erámos bonitinhas de cabelos soltos e de boa aparência.
Aurora sempre gostou de se exibir, vivia com seus bolsos cheios de balas, durante as aulas de literatura sempre se exaltava dizendo “Meu Pai é dono de livraria”, mas, não lia um livro sequer a não ser quando o professor ordenara. Um dia em uma de nossas conversas estávamos falando sobre nossos livros prediletos, contei que tinha um enorme desejo de ler As reinações de Narizinho (Monteiro Lobato), mas que eu não conseguiria o Ler, pois, era um livro muito caro.
Vendo ali uma forma de usar sua maldade, Aurora, disse que tinha o livro, que, não o lia e que poderia me emprestar. Achei estranho pois, nem em meu aniversário sabendo de minha paixão por ler nunca me deu um livro sequer, apenas me dava cartões da livraria de seu pai, com foto de pontos turístico de nossa cidade. Minha felicidade era tão grande só de pensar em logo poder ler aquele tão sonhado livro.
No dia seguinte fui até sua casa para pegar o livro, que, ela iria me emprestar, estranhei pois quando cheguei ela nem me convidou para entrar e já foi logo me dizendo que o livro não estava com ela pois havia acabado de emprestar para outra menina, pediu que eu voltasse no dia seguinte para pegar o livro. Quando voltei no dia seguinte ela reagiu da mesma forma e disse as mesmas palavras, volte amanhã.
Foi ai que percebi qual era o seu plano maléfico de me torturar, isso se repetiu por vários dias consecutivos, até que, sua mãe notando a estranheza de como ela vinha me tratando e pelo fato de eu ir todos os dias em sua casa, ela resolveu ficar nos escutando de forma discreta sem que a filha a notasse, foi quando ela ouviu sua filha dizer que o livro não estava em sua casa, sua indignação se estampou em seu rosto, questionando assim sua filha do por que ela estava mentindo, já que, o livro nunca saiu de sua casa e que ela não tinha o menor interesse pelo livro, ordenando assim que me emprestasse. Disse que eu poderia ficar com o livro o tempo que fosse preciso.
Aquilo foi muito melhor do que ter ganho o livro de presente. Quando ela veio com o livro eu o segurei forte com as duas mãos, abracei contra o peito, só sai andando, bem devagar. Chegando em casa eu não comecei a ler, fingi não o tinha só para depois ter o susto de ter, eu o escondia, procurava, e o achava por várias vezes. Inventava as mais falsas dificuldades, pra curtir, para entender um pouquinho mais daquela coisinha tão clandestina que era felicidade para mim.
Eu pertencia a ele e ele a mim, não era mais uma garota com um livro, era uma mulher com seu amante.
Autor(a): graziela_147